História do Santuário Nossa Senhora de Fátima


O texto apresentado abaixo, faz parte de um documento cedido pelo pe. Celestino Ceretta, para que fosse possível colocarmos aqui, um pouco do histórico do Santuário Nossa Senhora de Fátima, percebendo que este se mistura com a história do bairro Praça 14 de Janeiro. 


 

Bairro Praça 14 de Janeiro

O local hoje denominado Praça 14 de Janeiro era um local próprio da prefeitura de Manaus, uma quadra conhecida como Praça da Conciliação no final do século IXX; não encontramos justificativa específica para este nome tão importante. Pelo ano de 1805 já existia atividade religiosa no território próximo, era a devoção a São Benedito conforme testemunha Mário Ypiranga Monteiro. (FARIAS, Cem Anos. Pg. 43). Nas proximidades foram assentados os migrantes vindos do Maranhão de onde trouxeram a devoção a São Benedito, de lá chegaram os descendentes da família Beckmann e seus aderentes com eles trouxeram o Santo e os pertences da capela familiar. Naquele local as famílias festejavam, a seu modo, São Benedito, todos os anos após a páscoa. Serviam-se das águas de um igarapé nascente ali próximo. 


A referida praça não passava de um espaço público um tanto baldio e por isto dele foi retirado muito aterro para diversas obras públicas como para melhoria de ruas próximas deixando uma depressão no meio da praça; dizem que no alto havia um espaço onde se jogava futebol. Era um local de somenos importância na cidade, pois os trilhos dos bondes chegavam à Cachoeirinha e à Vila Municipal, porém não serviam à lombada entre dois igarapés que a mantinham isolada entre as duas linhas do bonde.


Em 1892, a 14 de janeiro se deu um levante em Manaus contra o governador Gregório Thaumaturgo de Azevêdo, o tumulto foi liderado por Almino Álvares Afonso, Leonardo Malcher e Lima Bacuri motivado pelo atraso no pagamento salarial e contas públicas. No levante foi morto um segurança do palácio de nome João Fernandes Pimenta e as coisas somente se acalmaram a 27 de fevereiro com a renúncia do governador Thaumaturgo de Azevêdo e nomeação de Eduardo Ribeiro para o governo do Estado. Em homenagem ao soldado morto, o Governo de Thaumaturgo deu à Praça Conciliação o nome de Praça Fernandes Pimenta em 05/02/1892. Com a queda de Thaumaturgo os vencedores usaram o espaço a seu favor, a Praça passou a ser chamada Praça 14 de Janeiro lembrando o levante que derrubou o governo e matou Fernando Pimenta.


Na década de 1940 a Colônia Portuguesa solicitou e foi atendida pela prefeitura denominando o logradouro como Praça Portugal; a população não aderiu a este nome permanecendo Praça 14 de Janeiro. Como vemos o local é difícil de ser reconhecido com o nome original; Conciliação.


A parte religiosa também conta com aspectos similares. Durante um século o santo do lugar era São Benedito celebrado pelas famílias que vieram do Maranhão portando o estigma da escravidão e trazendo consigo o Santo e os pertences da igrejinha que as mantinham unidas lá; festejavam São Benedito a partir do sábado de Aleluia até o domingo seguinte, tradição trazida do Maranhão e conservada até hoje com algumas adaptações. Com a presença de outros migrantes foi introduzida a devoção a N. S. de Fátima a qual assumiu o posto oficial do lugar com a construção do Santuário de Fátima. Não consta que houvesse conflito entre os devotos de ambas as partes o que houve foi o desconhecimento.


O Santuário de Fátima

Esta parte da cidade era atendida pelos freis capuchinhos a partir da Igreja de São Sebastião para onde os moradores se dirigiam à Igreja cujo pároco era Frei José de Leonissa, já figura conhecida e respeitada na cidade e que se preocupou em providenciar um local para o atendimento religioso. Promoveu uma missa campal no dia 13 de maio de 1939 a qual foi presidida por Dom Basílio Olímpio Pereira que cuidava da construção do seminário diocesano ali próximo; a data indicava a devoção a N. S. de Fátima então já conhecida em todo o ocidente. Em tratativas entre Frei José de Leonissa o comerciante local chamado Antônio Caixeiro este doou um terreno onde então foi erguida uma igrejinha de madeira sobre um pequeno barranco, esta igreja atendeu ao povo até a década de 1960 quando o Santuário já podia receber os fiéis. No local em 1976 foi erguida a casa paroquial do Santuário de Fátima.


O bairro estava crescendo beneficiado com as melhorias de arruamento ligando ao centro da cidade, a igrejinha era pequena e ocupava boa parte do terreno a ela destinado, as necessidades religiosas exigiam maior espaço. Por isto Frei José de Leonissa já cultivando a esperança de levantar um santuário a Nossa Senhora de Fátima, foi em busca de espaço maior, com apoio da Colônia Portuguesa e comunitários, junto à Prefeitura de Manaus conseguiu a doação da parte alta do terreno pertencente à Praça 14. A doação foi oficializada no dia 13 de outubro de 1942 em solenidade realizada no local e lavrada ata especial que foi assinada pelo intendente do Amazonas Dr. Álvaro Botelho Maia e demais autoridades presente, a parte religiosa foi presidida pelo governador do bispado monsenhor Raymundo de Oliveira na presença do pároco da paróquia de S. Sebastião Frei José de Leonissa. Na oportunidade foi ministrada a bênção da pedra fundamental do Santuário de N. Senhora de Fátima. Eram tempos difíceis e de poucas esperanças por causa da guerra na Europa; a fé uniu este povo de periferia com as autoridades civis e religiosas.


A ata lembra as dificuldades da segunda grande guerra mundial, o lançamento de um santuário de Fátima era um apela à conciliação e à paz. Diz o documento: “Este Santuário de Nossa Senhora de Fátima, por vontade das autoridades, dos fiéis e dos promotores, concretiza a prece mais ardente à poderosa Mãe de Deus e dos Homens, à excelsa Rainha da Paz para que apresse a cessação do tremendo castigo da Guerra mundial, e para que, as nações reconhecendo os direitos de Deus e dos homens, depostos os ódios recíprocos, voltem a dar-se o ósculo da paz, baseada na confraternização cristã de todos os povos”.


Podemos perceber um oportuno paralelo entre as aparições de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. Lá foi dado um sinal especial de esperança a três crianças pobres que portavam os sinais da sua pobreza; duas delas faleceram pouco tempo depois exatamente das enfermidades da época. As aparições se deram em um lugar comum de uma região periférica no interior de um país periférico. Era a primeira guerra mundial, Nossa Senhora solicitava orações pela paz no ano de 1917. A Praça 14 de Janeiro tinha o nome e o sinal de contenda sobre um local que era denominado Conciliação, era o tempo da segunda guerra mundial, aquele 13 de outubro de 1942 apelava à confraternização de todos os povos a partir de um lugar periférico de uma cidade periférica.


De mãos vazias Frei José de Leonissa pensava em uma obra grandiosa. Com os escassos recursos disponíveis e com o apoio da Colônia Portuguesa de Manaus foi erguendo a obra do Santuário. Conforme testemunha o pintor Moacir Andrade, que desenhava plantas para construções e demarcava a locação, na época foi procurado pelo Frei José que lhe deu uma revista com a estampa de uma igreja para servir de modelo; Moacir Andrade teria feito o esboço da construção, a locação e acompanhado a escavação e execução dos alicerces do Santuário de Fátima.


Frei José de Leonissa cultivava uma grande esperança de fazer ali um centro de formação e por isto o Santuário fazia parte de um complexo maior onde constava uma grande casa para a formação catequética. Pra isto havia mandado elaborar projetos com ricos detalhes arquitetônicos lembrando as boas construções italianas. Foi dado início à construção do Santuário na qual se envolveu a comunidade como testemunha dona Hosana que ajudou carregar tijolos para a construção juntamente com outros jovens e adultos da época. Depois ficou por algum tempo parada a meia altura das paredes, deve ter sido lá por 1946. Em 1947 Frei José de Leonissa viajou para o sul do Brasil a fazer campanha e arrecadar fundos para o prosseguimento da obra, não sabemos o quanto conseguiu, porém a obra prosseguiu até o alto das paredes e fez mais uma parada menos longa até conseguir acompanhamento técnico para executar a cúpula a qual ficou um pouco diversa da planta original


.Conforme escritos de Dom Adalberto Marzi, frei Miguel Ângelo tomou conta do Santuário de Fátima durante muito tempo e com ele se identificou, numa primeira etapa com auxiliar de Frei José de Leonissa, oportunidade em que ajudou a completar a cúpula do Santuário, depois numa segunda etapa quando organizou as associações religiosas como: “Marianos (para os senhores e rapazes), Filhas de Maria (para as moças), Apostolado da Oração (para as senhoras), as Cruzadas para as crianças e a Legião de Maria (para todos)”. (MARZI, Frei Miguel Ângelo, pg 26).


Em 1961 era encarregado do Santuário de Fátima Pe. Alberto de Manaus e recebeu como ajudante o padre recém chegado da Itália, Evaristo de Morano. (Cappuccini. Pg. 90).


O Santuário de Fátima em Manaus estava sobrecarregando os capuchinhos do Amazonas, por isto no fim da década de 1960 os mesmos pensavam de entregar o Santuário à Arquidiocese, porém o terreno era da Custódia Capuchinha, por conselho do superior da congregação ficaram atendendo até que o Arcebispo de Manaus resolvesse criar outra paróquia; a solução veio em 1974 “quando o Santuário de Fátima já é sede paroquial com 32 mil almas, os nossos Padres transferiram tudo gratuitamente aos Padres Palotinos como gesto vivo de sensibilidade eclesial e pobreza franciscana”. (Cappuccini. Pg.93). Em 1974 foi eleito Vice Provincial Frei Evangelista Magalhães e Frei Michelangelo de Merenella quem atendia o Santuário de Fátima . (Cappuccini, pg.108).



Um momento da catequese no Santuário de Fátima.

O Arcebispo Dom João de Souza Lima criou a paróquia Nossa Senhora de Fátima a 11 de maio de 1974, a solene entrega foi a 12 de maio de 1974. Aparóquia recebeu como sede paroquial o Santuário de Fátima e como Pároco Pe. Ilvo Santo Roratto, da Sociedade do Apostolado Católico sediada em Santa Maria RS. Esta Sociedade foi fundada por S. Vicente Pallotti em Roma, por isto seus membros são chamados de palotinos, a principal finalidade ara desenvolver o apostolado em todos os níveis, sobretudo entre os leigos. Aos assumir o Santuário, Pe. Ilvo continuou desenvolvendo as atividades que Frei Miguelangelo mantinha com tanto zelo e também ampliou a participação dos paroquianos nas atividades religiosas e formativas. Ao redor do Santuário desenvolviam as atividades os Vicentinos, os Congregados Marianos, Legião de Maria, Apostolado da Oração, Clube de Mães, Grupos de Jovens e o Teatro Juvenil, Movimento Familiar Cristão, além da catequese normal. A procissão luminosa na noite de 13 de maio partia, como de costume, da igreja de São Sebastião e completava no Santuário de Fátima; era muito concorrida. Naquele ano (1974) a abertura do novenário de N. S. de Fátima, dia 1° de maio, partiu a procissão da capela de São Cristóvão trouxe a imagem da Fátima até o Santuário para abertura das comemorações. (Tombo, pg.4v).


 No tocante às condições físicas, ainda em 1974 a comunidade construiu o Salão Paroquial aos fundos do Santuário, nesta obra os Marianos deram mais de mil horas de trabalho gratuito e contou com a ajuda generosa do povo.


Em 1975 foi completado o Santuário de Fátima com o acabamento externo e pintura, obra de fôlego por isto a comunidade promoveu diversas campanhas. A comissão contava com a participação de mais de 20 pessoas e os trabalhos começaram com uma reunião em janeiro e a conclusão das obras antes do fim do ano. Diz o livro tombo na página 18 que “A cúpula é raspada, recebe o selador e a forte camada de tinta plástica e assim também as paredes externas”. Foi o ano do Congresso Eucarístico Nacional em Manaus no mês de julho; no final do ano a prefeitura plantou a cruz do congresso, obra do arquiteto Severiano Porto, em frente ao Santuário de Fátima. Era uma bela obra em acaricuara, por ser muito grande começou a inclinar-se ameaçar ruir, por isto a prefeitura, em acordo com o pároco de então Pe. Hilário Cervo, reduziu o tamanho da cruz com a mesma madeira original; é a que se conserva ainda em 2017.


Em 1976 foi construída a casa paroquial no terreno onde Frei José de Leonissa havia construído a primeira igreja em madeira; a casa deveria acolher também os padres que, na época, trabalhavam em Novo Airão e Anori nas oportunidades que estivessem em Manaus e assim foi feito por muitos anos.


Pe. Hilário Cervo que substituiu Pe.Ilvo nas funções paroquiais ampliou as dependências aos fundos do Santuário. Neste período (1980) o Santuário de Fátima foi cortinado e recebeu algumas melhorias, no entorno foi construída a secretaria paroquia também o Cento Social São Vicente Pallotti foi construído no terreno da paróquia junto à Rua Tarumã. Na construção do centro houve uma primeira tentativa conduzida até a primeira laje e por falta de cuidados técnicos foi demolida, depois de tudo replanejado foi erguida nova construção bem estruturado para os três pisos que recebeu. Em 1985 foi construído o pequeno Santuário da Adoração com o propósito de fazer adoração perpétua, de fato ali era feita adoração das 20 às 21:30 durante dois dias por semana durante alguns anos. O entorno do Santuário foi cercado com grades e recebeu as estações da Via-Sacra em azulejo para os exercícios inerentes à quaresma e também recebeu a estátua de Jesus ressuscitado que foi posta em frente à cruz do congresso, patrocínio do Governador Gilberto Mestrinho. O Pe Hilário Cervo era incansável, na década de 1980, em torno do Santuário de Fátima o povo participou de atividades muito intensas, formação de lideranças, Encontro de Casais com Cristo e Comunidades Neocatecumenais, tudo isto com muita gente envolvida.


Com a saída de Pe. Hilário Cervo no início de 1986 assumiu a Paróquia de Fátima Pe. Celestino Ceretta o qual cuidou de manter as atividades existentes. A cúpula do Santuário estava seriamente comprometida por infiltrações por isto foi a mesma recoberta com alumínio para evitar a penetração da água da chuva; por falta de gente especializada em Manaus quem fez o serviço foi um técnico em coberturas de barcos regionais o Sr. José Porpino Gomes. Depois foi pintada novamente a parte interior do Santuário.


Pe. Gentil Lorenzoni assumiu em fevereiro 1991 e atendeu o povo até 1994 quando assumiu Pe. Dêncio Ceolin que, por sua vez, atendeu até 2001. Neste período o Santuário foi remodelado internamente recebendo um retábulo amplo e mais vistoso, o ambiente foi climatizado. Neste período também foi iniciada a construção de um centro catequético em frente ao Santuário, na baixada da praça; esta construção foi completada pela administração Pe. João Bergamasco que assumiu a paróquia em 2001 quando Pe. Dêncio foi transferido. A referida construção foi contestada por sua localização que tirava o visual do Santuário.


As pinturas internas foram feitas em 2006 e 2007 pela pintora Clarice Jaeger como complemento das reformas planejadas pela arquiteta Carmen Silvia Viana Guimarães quando era pároco Pe. Sérgio Petkowski. Estas reformas incluíam o piso e altar em granito e complementos do retábulo. Também recebeu o painel frontal externo e total recuperação interna e externa. Em 2011 o Santuário recebeu iluminação externa para efeito visual à noite e o entorno também recebeu nova iluminação. Por recomendação judicial foi iniciada a demolição do Centro Catequético em frente ao Santuário por impedir a visibilidade do mesmo. Para utilização da catequese foram construídas novas salas em local que não interferem ao bom visual da praça. Estes arranjos foram enfrentados pelo Pe. Cláudio Walmir Rossini como vigário paroquial, no tempo em que o pároco era Pe. Jair Zemolin Giugliani, num intenso trabalho de contatos com pessoas influentes na opinião pública; para isto reordenou a praça aumentando a arborização, melhorando o gradeado, calçamento para pedestres e a iluminação. Padre Cláudio também se dedicou à construção da Igreja de São Cristóvão. 


Em 2012, em janeiro Pe. Cláudio Walmir Rossini foi nomeado pároco da paróquia Rainha dos Apóstolos e Pe. Celestino Ceretta vigário paroquial de Fátima; ambos trocaram de residência também. Estes últimos dois anos se caracterizaram por um andamento pastoral relativamente tranqüilo, a pastoral sempre andando de acordo com a Igreja de Manaus. As comunidades, de São Cristóvão e também do Beco Airão foram se administrando por seus membros sob as orientações da Arquidiocese através do Conselho de Pastoral. Pe. Jair tem insistido na seriedade das decisões do Conselho Pastoral, este é o espaço e autoridade orientadora da Igreja local.


Em 2014 o Sr. Arcebispo de Manaus Dom Sérgio Castriani recebeu uma oferta para a visita da imagem peregrina de N. S. de Fátima no programa comemorativo dos 100 anos das aparições a se completarem em 2017; a carta foi entregue ao Pe. Jair Giugliani que levou o assunto ao conselho de Pastoral da paróquia de Fátima; ficou combinado fazer uma proposta para 13 de maio de 2016. A proposta foi enviada e recebida a resposta de aceitação, marcada assim a visita da imagem oficial.


Por ocasião da comemoração da sexta aparição de Fátima, 13 de outubro de 2015 a equipe encarregada conseguiu uma cópia da ata original da fundação do Santuário de Fátima na Praça 14, elaborada em 1942 constando da assinatura das autoridades e muitos fiéis ao evento, foi exposto em um quadro de 40 por 72 centímetros e apresentado ao povo na comemoração oficial.


Em 2015 Pe. Jair Giugliani foi nomeado pároco da paróquia S. V. Pallotti em Porto Alegre e Pe. João Aparecido Bergamasco passou a ser novamente pároco de Fátima acumulando as funções com a promoção vocacional.


De 30 de abril a 12 de maio de 2015 foi realizado o trezenário preparativo da primeira aparição de Fátima, o programa foi acompanhado de bom número de fiéis completando com o translado da imagem de Fátima até a igreja de S. Sebastião em carreata na noite do dia 12. No dia 13 a procissão foi bem concorrida e muita gente se aglomerou à frente do Santuário para a missa campal celebrada pelo Arcebispo Metropolitano Dom Sérgio Castriaini com a participação de muitos padres e numeroso povo numa bela celebração.


Dia 04 de outubro de 2015 os jovens das paróquias do setor do Centro Histórico realizaram uma caminhada saindo da frente do Santuário de Fátima e completaram na comunidade do Beco Airão, Pe. João Bergamasco acompanhou, a celebração final foi presidida pelo coordenador do setor Pe. João Benedito.


Dia 10 de outubro à noite o Santuário de Fátima recebeu, como acontecem todos os anos, a imagem do N. Senhora de Nazaré, vinda da paróquia vizinha em procissão muito participada. No domingo dia 11, após a missa das 6:30 partiu a procissão (sírio de Nazaré) então a multidão ocupava toda a praça da frente do Santuário, seguiu até aquela igreja, entre cantos orações e muitos fogos.


O Santuário de Fátima passou a integrar as comemorações do Ano Santo extraordinário proclamado pelo Papa Francisco, Ano da Misericórdia, para isto o Arcebispo Dom Sérgio Castriani incluiu o Santuário de Fátima juntamente com a Catedral metropolitana, o Santuário de Aparecida e o Santuário de São José. A programação de abertura da porta da Misericórdia foi precedida de comunicado aos fiéis e enclausuramento da porta que está à esquerda de quem chega ao Santuário marcada com devida sinalização, no dia 13 de dezembro de 2015 na missa das 19 horas foi oficialmente aberta a porta da misericórdia por Dom Mário Pasqualotto dando início aos méritos e compromissos inerentes ao Ano Santo da Misericórdia. Para isto os padres da paróquia de Fátima ampliaram os horários de atendimento a confissões e aconselhamento popular. Aos poucos foi sendo organizada uma comissão para a programação e recepção da imagem Peregrina de Fátima em 2016.


No início do ano de 2016 um dos assuntos mais motivadores era a preparação da visita da imagem peregrina de Fátima, o programa já vinha sendo complementado e confirmando particularidades do evento.



2. História do Santuário Nossa Senhora de Fátima da Praça 14


“Este Santuário de Nossa Senhora de Fátima, por vontade das autoridades,

dos fiéis e dos promotores, concretiza a prece mais ardente à poderosa Mãe

de Deus e dos Homens, à excelsa Rainha da Paz para que apresse a cessação

do tremendo castigo da Guerra mundial, e para que, as nações

reconhecendo os direitos de Deus e dos homens, depostos os ódios

recíprocos, voltem a dar-se o ósculo da paz, baseada na confraternização

cristã de todos os povos”


(Trecho da ata de lançamento da Pedra Fundamental do Santuário Nossa

Senhora de Fátima da Praça 14)


Desde muito tempo, o território no qual hoje está

localizado o Santuário Nossa Senhora de Fátima era atendido

pelos freis capuchinhos a partir da Igreja de São Sebastião.

Naquele período, o então pároco Frei José de Leonissa, figura

conhecida e respeitada na cidade, se preocupou em

providenciar um local para o atendimento religioso nas

dependências da Praça 14. No dia 13 de maio de 1939 Frei José

promoveu uma missa campal a qual foi presidida por Dom

Basílio Olímpio Pereira. A data indicava a devoção a Nossa

Senhora de Fátima então já conhecida em todo o ocidente.


Um comerciante local chamado Antônio Caixeiro, em

tratativas com Frei José, doou um terreno onde então foi

erguida uma igrejinha de madeira sobre um pequeno barranco.

Esta igreja atendeu ao povo até a década de 1960.


O bairro estava crescendo beneficiado com as melhorias

de arruamento ligando ao centro da cidade, a igrejinha era

pequena e ocupava boa parte do terreno a ela destinado, as

necessidades religiosas exigiam maior espaço. Por isto Frei

José, já cultivando a esperança de levantar um santuário a

Nossa Senhora de Fátima, foi em busca de espaço maior, com

apoio da Colônia Portuguesa e comunitários, junto à Prefeitura

de Manaus conseguiu a doação da parte alta do terreno

pertencente à Praça 14. Então no dia 13 de outubro de 1942 foi

ministrada a bênção da pedra fundamental do Santuário de N.

Senhora de Fátima.


Eram tempos difíceis e de poucas esperanças por causa

da guerra na Europa, porém a fé uniu o povo e as autoridades

civis e religiosas dado que em 1957 o Santuário de N. S. de

Fátima estava quase pronto.


Com o passar dos anos o Santuário de Fátima em

Manaus começou a sobrecarregar os capuchinhos do

Amazonas, por isso, no fim da década de 1960, os mesmos

pensavam de entregar o Santuário à Arquidiocese. A solução

veio em 1974 quando o Santuário de Fátima já sendo uma sede

paroquial com 32 mil fiéis, foi entregue pelos capuchinhos aos

Padres e Irmãos Palotinos da Província Nossa Senhora

Conquistadora de Santa Maria — RS.


O Arcebispo Dom João de Souza Lima criou a paróquia

Nossa Senhora de Fátima a 11 de maio de 1974 e a solene

entrega foi em 12 de maio. A paróquia recebeu como sede

paroquial o Santuário de Fátima e como Pároco Pe. Ilvo Santo

Roratto SAC. Desde então, perpassando mais de 43 anos, os

Padres e Irmãos Palotinos têm atendido, com muito zelo e

dedicação, o Santuário Nossa Senhora de Fátima até os dias

atuais.



O Santuário já pronto em 1975 Pe. Nelsi Zamberlan e Raimundo Claudiano.

Um momento da catequese no Santuário de Fátima.

Santuário de Fátima da Praça 14 de Janeiro quando os Capuchinhos entregaram aos palotinos em 1974.

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